
Um dia de emoções e lembranças. Assim foi esta quarta-feira (26) para Genésio Guerra, em Engenheiro Schimidt, e Manoel Jorge, em Onda Verde. Os dois foram fundadores da CERRP (Cooperativa de Eletrificação e Desenvolvimento da Região de São José do Rio Preto). Eles assinaram, no dia 29 de junho de 1973, junto com outras 61 pessoas, a ata de fundação da CERRP.
O presidente da CERRP, Odair Milhossi, acompanhado do gerente Nivaldo Cangini, que há 42 anos trabalha na cooperativa, e do responsável pelo Departamento de RH (Recursos Humanos), Paulo Zanqueta, compareceu na casa dos dois fundadores para proceder a entrega de um cartão de prata, simbolizando o reconhecimento da empresa pelo pioneirismo de ambos. Também presenteou os dois com o livro, que conta os 50 anos de história da CERRP, e com o chapéu promocional comemorativo ao aniversário da cooperativa.
Tanto Genésio como Manoel lembraram, com detalhes, dos primeiros momentos em que a CERRP nasceu. “Não foi nada fácil conversar os demais sitiantes da redondeza a investir dinheiro numa cooperativa que a gente não sabia se iria dar certo”, contou Genésio, lembrando que quando receberam o carnê do financiamento para a energia chegar no campo muita gente achou que não conseguiria pagar. “Mas no final o valor era tão ínfimo, que bastava vender uma galinha que dá para pagar a prestação e ainda sobrava dinheiro”, brinca.
Para Manoel Jorge a chegada da energia no campo foi sinônimo de progresso para a região. “Antes, sem energia, era tudo mais difícil”, disse, contando que na véspera da inauguração da CERRP uma tia dele sofreu queimaduras no braço provocadas por um lampião dentro de casa.
Genésio e Manoel fazem parte da história da CERRP. Os dois, junto com Arcelino Moioli, são os únicos sobreviventes que acompanharam desde o começo o crescimento da CERRP. Quando Paulo Zanqueta iniciou a leitura do capítulo do livro onde se conta um pouco da saga dos pioneiros para fazer chegar a energia no campo os olhos de Genésio se encheram de lágrimas. Com certeza, naquele momento, se passou um filme em sua cabeça de todos aqueles momentos difíceis para a criação da cooperativa.
“Teve um irmão meu que não acreditou que a cooperativa fosse para a frente e nos chamou de louco por investir dinheiro nisso”, lembrou. “Eu acreditei desde o começo. Inclusive coloquei meu sitio à disposição para que descarregassem aqui os primeiros postes de eucalipto tratado. Quando o caminhão chegou no sitio, estava pesado e não conseguiu subir a rampa da entrada e teve de descarregar os postes, pelo lado de fora, perto da porteira”.
O presidente da CERRP disse que reconhecer o trabalho do passado é fundamental. “Sem esse trabalho e a persistência desse pessoal no passado não existiria hoje a nossa CERRP”, afirmou. “E nós só temos que agradecer e reconhecer o trabalho deles”.


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