A CERRP (Cooperativa de Eletrificação e Desenvolvimento da Região de São José do Rio Preto) expediu comunicado aos clientes interessados no sistema de geração de energia solar para, antes de contratarem o serviço, para consultar a empresa, para avaliar a possibilidade de ligação da usina pretendida.
Com o aumento das conexões de geração de energia solar fotovoltaica, pode ocorrer que, em determinados horários do dia, a soma das potências de geração injetadas nas redes da CERRP sejam maiores que a soma das potências utilizadas pelos equipamentos dos consumidores.
Nessa situação, ocorre o fenômeno conhecido como “inversão do fluxo de potência”. Exemplo: Se em determinado horário, as unidades consumidoras estão com equipamentos ligados que utilizem das redes da CERRP a potência de 1.000 kW e, nesse mesmo horário, a soma das potências de geração injetada seja de 1.500 kW, significa que 500 kW de geração percorrerão as redes da CERRP, de forma contrária às cargas de energia.
A CERRP adotou como critério técnico que, se essa energia injetada de forma reversa nas redes da CERRP, puder ser utilizada pelos demais consumidores ligados na tomada de energia analisada, não será considerada inversão do fluxo de potência.
Porém, em algumas tomadas de energia da CERRP junto às Supridoras CPFL e ENERGISA já está ocorrendo a inversão de fluxo de potência, fazendo com que parte da energia gerada seja injetada nas redes dessas supridoras, acarretando significativos prejuízos à CERRP, o que pode comprometer o atendimento aos consumidores e à qualidade da energia fornecida.
A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) estabeleceu uma série de medidas para as distribuidoras elaborarem estudos para evitar a inversão do fluxo de potência, que podem restringir ou limitar as potências de conexão de usinas solares, como forma de evitar prejuízo financeiro às distribuidoras e assegurar o atendimento aos requisitos de confiabilidade técnica do sistema elétrico, de forma a não causar transtornos aos usuários de energia, inclusive os geradores.
A norma regulamenta os procedimentos e critérios para elaboração dos estudos de inversão do fluxo de potência, e define três cenários específicos para afastamento desse estudo. O primeiro deles é não haver injeção de geração nas redes CERRP (com utilização de bancos de bateria, conhecido como sistema off grid”, ou com utilização de sistema conhecido como “Grid zero” ou “zero grid”, no qual a geração fica limitada à potência utilizada pela unidade consumidora).
O segundo critério é para os casos de conexão gratuita (por exemplo, com carga instalada até 50 kW), porém, nesses casos, há aplicação de fórmula matemática utilizando o consumo médio mensal e fatores de ajustes, que podem limitar a potência liberada para ligação. Nessa modalidade, não é possível solicitar um aumento de carga para instalar uma usina solar fotovoltaica de maior potência, pois o consumo registrado será incompatível com a potência de geração pretendida.
E por último, o terceiro critério simplifica o processo para sistemas de microgeração local de até 7,5 kW, não possibilitando à distribuidora limitar a conexão, mas exige que os consumidores assinem um termo declarando estarem cientes da impossibilidade de alocar excedentes para outras unidades consumidoras, ou seja, toda a geração excedente deve ser utilizada para compensação na própria unidade consumidora geradora.
Impactos no mercado
A decisão da ANEEL traz implicações diretas para o mercado de geração distribuída no Brasil. Fabricantes e distribuidores devem, desde já, registrar possível impacto nas vendas. A insegurança regulatória e as restrições técnicas para integração de novos sistemas de geração distribuída podem desestimular novos investimentos no setor, principalmente os de maior porte.
A CERRP colocou toda a sua equipe técnica para dar suporte, orientação e informações aos seus consumidores que desejam implantar o sistema de energia solar fotovoltaica. E sugere que, antes de adquirir o sistema de geração de energia solar, os interessados, tanto consumidores como instaladores de sistemas solares, consultem a CERRP para saber se a conexão tem viabilidade, para que não haja prejuízos financeiros ao consumidor.
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